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  • Foto do escritorEquipe Artistas Latinas

OLHARES DA FOTOGRAFIA NEGRA BRASILEIRA: entrevista com Jaque Rodrigues do projeto @fotografasnegras

Conversar com Jaque Rodrigues é mais do que fazer uma entrevista. É um aprendizado mergulhar em cada uma de suas linhas e trocas de sabedoria. Na verdade, é um imenso presente poder entrevista-la para Artistas Latinas e saber mais sobre o projeto de difusão do Mapeamento de Fotógrafas Negras Brasileiras (@fotografasnegras) que ela tem desenvolvido desde a finalização do curso de Licenciatura em Artes Visuais na Universidade Regional do Cariri (URCA). Desde então, essa iniciativa tem experimentado transitar por fora da tela virtual, como as intervenções urbanas que Jaque realiza com lambes. Nessa entrevista ela ainda comenta sobre os trabalhos mais recentes que tem realizado em épocas de quarentena.


Alexandra Martins: Como começou e o que é esse mapeamento de fotografas negras?

Jaque Rodrigues: O projeto @fotografasnegras é um desdobramento do trabalho que desenvolvi para a finalização do curso de Licenciatura em Artes Visuais na Universidade Regional do Cariri (URCA), intitulado “Fotógrafas Negras: revelando a imagem invisível”, sendo uma pesquisa que visa direcionar o olhar para a mulher negra e seu processo criativo enquanto profissional da fotografia, um trabalho que reflete as in/visibilidades da mulher negra no campo das artes visuais no Brasil. Nesse processo contei com a orientação da Artista Múltipla Professora Doutora Renata Felinto dos Santos, que acolheu com dedicação meu projeto de pesquisa e me ajudou a compreender por onde caminhar. Para entender os porquês da invisibilidade, a escrita volta ao tempo através de recortes históricos que contam da presença-ausência dos corpos negros na história dita ‘oficial’ do Brasil e da arte brasileira, bem como, que lugares/funções ocupavam, até chegar na presença feminina, entendendo que a invisibilidade que percebemos ainda hoje é fruto de um projeto de apagamento que está em curso desde que o Brasil é Brasil. Ao longo da investigação para o TCC, tive muita dificuldade de encontrar referências sobre fotógrafas negras para desenvolver a pesquisa, fato que incentivou a construção do mapeamento, podemos entender essa ausência como indicativo do quanto é necessário falarmos disso, entendo que essa ausência não diz de inexistências, mas de invisibilidades. A plataforma @fotografasnegras é uma ponte-possibilidade para difusão e conhecimento de olhares da fotografia negra brasileira, e objetiva contribuir para com as reflexões acerca da produção fotográfica feminina, e das in/visibilidades dessas profissionais e seus processos criativos na fotografia.


A.M: Qual a importância desse mapeamento para o cenário fotográfico do Brasil? E por que falar desse tema?

J.R: Esse tema me atravessa para além da fotografia, é importante dizer que eu me (re)conheci um corpo racializado a partir da minha experiência na academia, e isso vem atravessando minhas produções artísticas e de pesquisas, nesse sentido, eu estava estudando questões acerca do meu reconhecimento enquanto mulher negra e fotógrafa, e a partir disso decido pesquisar fotógrafas negras brasileiras, também movida pela vontade de conhecer outras fotógrafas que estavam vivenciando as mesmas questões que eu, tanto com referência em se perceber uma mulher negra, como na questão de se entender enquanto profissional da fotografia e perceber as dificuldades do ofício, o mapeamento surge dessa vontade também. Além disso, nós temos uma história oficial da fotografia no Brasil que é masculina (e branca). Quem são os grandes nomes da fotografia no Brasil? Numa pesquisa rápida com essa questão, chegamos primeiramente aos nomes de fotógrafos homens (brancos-héteros-ricos), depois, aos nomes de fotógrafas brancas, com boas condições de vida financeira também, diga-se de passagem. Com dificuldade chegamos aos nomes de fotógrafas negras, com isso, acredito na importância desse trabalho no sentido de contribuir na mudança desse cenário da história da fotografia brasileira, e se contribuiu de fato, saberemos daqui a alguns anos. De certo modo, esse tema ainda é novo, tem sido explorado nos últimos anos através de projetos como este e em pesquisas acadêmicas. Não diferente de outras áreas do conhecimento, a fotografia também precisa compreender, respeitar e incluir em sua história, as contribuições imagéticas de fotógrafas negras brasileiras.


A.M.: O que você tem pensado e feito para ampliar esse mapeamento para outros locais? Tem J.R.: pensando, por exemplo, numa exposição virtual, em intervenção com lambes.

Eu penso muito em como posso ampliar essa ideia para além das telas do Instagram, já pensei em exposições físicas, mas não sentei ainda para rascunhar um projeto expositivo. Exposições virtuais é algo que tenho como horizonte para produzir em algum momento, e penso trabalhar essas ideias com outras mídias que não só a fotografia. Fora da tela virtual, tive a oportunidade de experimentar intervenção urbana com lambes, através da oficina chamada Narrativas Negrascendentes nas Artes Visuais, projeto educativo das artistas visuais/pesquisadoras Eliana Amorim e Maria Macêdo, realizado no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB). Na ocasião, fiz impressões de listas de fotógrafas negras brasileiras e espalhei nas ruas de Juazeiro do Norte, terra de Padim Ciço, aqui no Ceará. Na plataforma @fotografasnegras tem um pouco dessa intervenção nos destaques. (https://www.instagram.com/stories/highlights/18130547146058746/)


O mapeamento existe desde a construção do seu TCC intitulado Fotógrafas Negras: Revelando a Imagem Invisível, em 2019. Para além de serem mulheres negras, tem algum dado (por identidade de gênero, geografia, orientação sexual e entre outros marcadores) que tem surgido com mais ênfase nesse mapeamento? Você já consegue indica se essas fotógrafas acabam se focando em alguma temática? Elas acabam indo de encontro a qual mercado da fotografia?

J.R: O marcador principal é fotógrafas negras brasileiras, sejam mulheres cis, sejam mulheres trans. Até este momento, o mapeamento tem sido composto em sua maioria por mulheres cis, e tem uma presença muito marcante de profissionais localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, existe uma concentração nessas grandes capitais. Aqui na região do Crato, cariri cearense, poucos nomes foram levantados até então. Em Fortaleza, na capital do Ceará, temos uma cena marcante também, com mais nomes atuando na fotografia. Em relação ao mercado fotográfico, percebo que este é bem variado, desde o começo da pesquisa, me interessa mapear não só fotógrafas que atuam no campo das artes visuais, mas também, fotógrafas que atuam na fotografia apenas como meio de construir renda financeira, que não estejam necessariamente interessadas no mercado de arte, por exemplo. Me interessa pensar a mulher como produtora de imagens, criadora e realizadora. Nesse sentido, no mapeamento encontramos desde retratistas às fotógrafas que atuam exclusivamente ao registro de gestantes, casamentos, aniversários, etc. Vamos de Fotoperformance à fotografia de rua, entre outros. A preocupação e interesse na construção de novos imaginários e visualidades acerca dos corpos racializados, uma construção de referências positivas, é algo que destaco como presente em muitos trabalhos e projetos fotográficos, assim, como a utilização da fotografia como possibilidade de (re)construir autoestimas, o que há muito nos é roubado. E isso é bem importante para o cenário fotográfico no/do Brasil. Como escreveu a Fotógrafa e Jornalista Pâmela Queiroz, “um dos maiores ensinamentos que a fotografia tem me apresentado nos últimos anos é a possibilidade de entender o meu olhar como parte de um novo marco imagético do povo negro” e pra mim, pra nós, é sobre isso.


A.M: Antes de formular as perguntas, fiquei um tempo olhando a sua plataforma e pensando na diversidade de fotografas que você nos convida a conhecer. Num primeiro momento fiquei surpresa por causa dessa extensão e porque a gente acaba sendo bombardeada por várias referências de fotógrafos (e em sua grande maioria de homens brancos e cis). E me parece que essa sua pesquisa nos chama atenção para pensar o perigo da história única. De alguma forma há uma necessidade de criar uma contra narrativas, de levantar as narrativas invisíveis. Queria que você comentasse um pouco sobre isso.

J.R: Interessante refletir sobre essa diversidade de fotógrafas negras atuando no Brasil, e pensar que ainda, infelizmente, é comum se ouvir dizer do não conhecimento/referência acerca de profissionais negres. Eu falo de fotografia, mas esse argumento é usado para todas as áreas profissionais, engraçado que existem incontáveis pessoas negres produzindo conhecimento, e atuando em diferentes campos. Por que ainda se usa esse argumento? Seria falta de interesse na busca desses profissionais? Isso me leva a refletir sobre o quanto essa produção ainda é negligenciada e desvalorizada. Muita coisa vem mudando no cenário artístico e histórico, quanto a concessões e acordos para com a produção de artistas racializadas, mas ainda assim, a desvalorização está sempre a sondar.

Quando penso em construções imagéticas, eu penso que estamos vivenciando um momento histórico muito marcante, que talvez, só saibamos a grandeza desse momento num tempo distante, mas daqui podemos vislumbrar. As contras-narrativas são essenciais para o desmonte de uma hegemonia que nega a diversidade, somos uma geração que produz imagens demasiadamente, isso também é sobre responsabilidade política enquanto ser individual e coletivo, nesse sentido, eu me questiono que imagens nós estamos deixando para o mundo? O que sua imagem comunica? Para quem sua imagem comunica? Pensar fotografia, pensar imagem, pensar discurso, pensar símbolos, pensar construção, pensar estratégias, pensar humanidade, pensar desconstrução, pensar partilha, pensar, pensar e pensar...


A.M: Na entrevista que você deu para o site Cultura Negra, você comenta como a descoberta de ser fotógrafa e de ser uma mulher negra aconteceu em paralelo. Você pode contar um pouco dessa experiência e o que isso significa para você?

J.R: São dois processos que se entrelaçaram. Eu cresci num contexto familiar onde essa discussão racial nunca esteve presente, sou filha de pai negro (in memorian) e mãe não branca. Lá em casa ninguém se dizia negro, na escola eu era marrom bombom, me ensinaram a preencher pardo nos formulários da vida. Lembro dos muitos procedimentos estéticos aos quais me submeti em busca do que percebo hoje como tentativa de embranquecimento, e uma autoestima baixíssima. Sabe o clareamento de pele e alisamento de cabelos? Ou aqueles prendedores no nariz para afinar? O cabelo é um símbolo muito marcante, e que me possibilitou reviravoltas nessa construção. É quando ingresso na universidade em 2013, que essas questões raciais ganham notoriedade e ênfase na minha vida, a partir da convivência com pessoas que estavam vivenciado processos parecidos com o meu, com leituras e aproximações com o feminismo e questões étnicas, com o grupo de pesquisa NZINGA - Novos Ziriguiduns (Inter) Nacionais Gerados nas Artes, que é liderado pela Doutora Renata Felinto, um grupo que tem muita responsabilidade com os estudos acerca da cultura africana e afro-brasileira, e destaco que provocou diversos atravessamentos não só a mim, mas a outras estudantes que também vivenciaram esse processo de reconhecimento de uma identidade que estava apagada na mente. Já minha aproximação com a fotografia é algo mais antigo, quando entrei no curso de Artes Visuais, já era fotógrafa amadora, sempre gostei e sempre estive praticando o ato fotográfico quando tinha acesso a câmeras analógicas de amigas/conhecides, até porque não é um material acessível na realidade da minha família, lembro que depois de muita popularização, eu consegui uma câmera analógica chinesa que eu ganhei numa raspadinha, mas ela nunca funcionou (risos, fica a lembrança). Para mim, quando a indústria tecnológica começou a produzir celulares como câmeras, foi uma grande alegria, eu lembro dessas transições a partir de imagens mentais de vivências. Hoje quando falo que me construí uma mulher fotógrafa na universidade, é que através dessa experiência eu pude ampliar meu horizonte e entender a fotografia de outros modos, para além da técnica. Finalmente, consegui comprar um equipamento melhor em 2017, de desde lá, passei a trabalhar com fotografia cobrando pelos meus serviços, o que antes não fazia. E quando me digo uma mulher fotógrafa, é no sentido de que querer este ofício para minha vida, de gostar desse ofício, de fazê-lo com entusiasmo. É por aí, ainda estou me (re)construindo, a vida é esse processo de criação infindo de si mesmo.

A.M: Eu queria que você falasse um pouco dos seus trabalhos fotográficos e artísticos que tem feito ultimamente. Ou algum que goste mais e queria falar sobre isso.

J.R: Ultimamente estou navegando nos mares incertos que o distanciamento social, e todo esse contexto de pandemia tem proporcionado nesse ano interminável, e inesperado que é 2020, sigo transitando entre esses tempos indizíveis, que hora nos deixa para o alto, e hora nos deixa para baixo. Entre quietudes e tempo de dentro, que é tempo outro, inverso da correria cotidiana, eu andei produzindo autorretratos, criando imagens para habitar, tentativas de amenizar ou transmutar situações internas.

Produzi uma série composta por 9 fotografias, intitulado “Tudo que eu posso abraçar” é uma narrativa que surge a partir de alguns impulsos e reflexões acerca de solidão/solitude nesse contexto de pandemia que se agrava a cada dia: quem somos nós agora? que temos nós agora? Tudo que eu posso abraçar, diz da possibilidade de encontrar forças em tudo que é dentro, e da necessidade do reencontro consigo que acontece através do encontro com o outro, somos construídas a partir de tudo que já é, de tudo que já foi, e o refazer-se é infindo. Pensar vivencias e seus atravessamentos como uma semente que impulsiona a produção de vida por dentro.

Nesse trabalho, eu mesclo fotografia com escritas, colagem e manipulação digital. Expus em algumas exposições coletivas e virtuais que tem ocorrido nesse contexto pandêmico, como “Cliques da Quarentena” organizado pelo @foto_kura que é organizado por Elaine Leme & Fernanda Martins e a exposição virtual mais recente “Trançar cipós de tempo para erguer o agora” ocorrida dentro da programação do XI Congresso Internacional Artefatos da Cultura Negra (@artefatosdaculturanegra) tendo curadoria das artistas visuais Maria Macêdo e Eliana Amorim, a exposição foi organizada pelo Grupo de Pesquisa NZINGA.


Outro trabalho que é muito importante e acho interessante citar, é uma série de fotografias de terreiros, que se desdobrou na minha primeira exposição individual (e única até este momento). Desde 2018 tenho ido a terreiros de Umbanda e Candomblé com mais frequência, com intuito de desenvolvimento pessoal-espiritual. Para mim, estes espaços tem sido essenciais para a sociedade e principalmente para a população negra, pois, é um espaço de aproximação para com nossos ancestrais e reconhecimento da identidade negra, é um espaço acima de tudo, pedagógico que proporciona uma riqueza de aprendizados.

Nunca tive costumes de levar câmera para esses espaços, até porque isso envolve várias questões para com as práticas religiosas, e tenho imenso respeito e cuidado. A primeira vez que entrei num terreiro com a câmera, foi atendendo a um convite para fotografar um espetáculo que aconteceria na ocasião, no mesmo dia de uma festa do orixá Oxóssi, e esse trabalho possibilitou outras aproximações e o grande presente de fotografar essa festa do caçador de uma flecha só. Na sequência as fotos foram arquivadas e cedidas para a casa de Umbanda. Essa experiência me possibilitou outras, e em outros espaços de Umbandas e Candomblés, eu fotografava, cedia as imagens para as casas, mas não tinha pensado na possibilidade de realizar uma exposição, também por uma série de questões que acho importantes.

Quando eu estava vivenciando os últimos passos para concluir a graduação, eu fui convidada para expor as fotografias na 1° Semana de Umbanda da cidade do Crato, que ocorreu entre os dias 20 e 23 de novembro na sede OAB – Crato de 2019. A Semana de Umbanda foi uma ação conjunta da Ordem dos Advogados do Brasil, subseção Crato, CE. Juntamente com a Comissão de Liberdade Religiosa, Tenda das Sete Luzes, Centro de Umbanda Macaia Caboclo Tupinambá e Casa da Umbanda Pai Luiz de Aruanda. O evento e a exposição foram organizados em comemoração aos 111 anos de Umbanda e sua luta pela liberdade religiosa.

Eu abracei a ideia como um presente desses que a natureza proporciona. Fico muito feliz de através do meu olhar fotográfico, representar os terreiros que vivencio. Espaço sagrado a qual tenho muito respeito, e sobre tudo, é um espaço de aprendizado, partilha, memória e descolonização do olhar. Vivenciar os espaços religiosos de matriz africana tem sido expansão para o rio que corre dentro do meu corpo. Me sinto em casa, me sinto festiva, me sinto com os meus.

A exposição esteve sob a responsabilidade do Professor Dr. Fábio José Rodrigues da Costa. Fizemos a curadoria das imagens que eu já tinha no meu acervo, pensando esse espaço como íntimo e delicado, optamos por expor as fotografias que não expõe pessoas explicitamente, mas pequenos detalhes dos espaços e das giras que simbolizam a energia desse lugar encantador e sagrado. Interessante também que a exposição foi realizada no espaço de sede OAB, então transformamos o local em espaço expositivo, com a colaboração e afeto de muitas mãos. Essa experiência foi um presente muito feliz. Durante a pandemia apareceu em algumas exposições virtuais.



Flyer para a Exposição Umbanda, 2019. Texto: Fábio Rodrigues. Arte Gráfica: Genilson Santos.



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por

Alexandra Martins


Sobre a autora

Alexandra Martins nasceu em Brasília e já morou em Fortaleza, Juazeiro do Norte e Salvador. Artista interdisciplinar, Investiga memórias, ancestralidades e identidades nas criações artística de performance, instalação, fotografia e vídeo. Mestra em Estudos de Gênero e Mulheres pela UFBA. Especialista em Estudos Contemporâneos em Dança pela mesma instituição. Especialista em Artes Visuais pelo SENAC-DF. Graduada em Comunicação, Jornalismo. Integrou o Grupo de Pesquisa em Performance Corpos Informáticos (UnB) e fez parte da coletiva Tete a Teta. Também fez parte da Feminaria Musical, Grupo de Pesquisa em Experimentos Sonoros (UFBA). Teve trabalhos selecionadas para apresentar no Tubo de Ensaio (Brasília); Performance Corpo e Política (Brasília); Lacuna: Mostra de Videoarte (Brasília); Ruído. Gesto - Ação e Performance (Rio Grande do Sul); Festival de Fotografia de Porto Alegre; II Mostra de Arte e Gênero (Florianópolis); Continuum: Festival de Arte e Tecnologia (Recife); Encuentro de Acción en Vivo y Diferido (Colômbia) e no Hemispheric Institute of Performance and Politics (México). Participou das seguintes residências artísticas pelo Nordeste: Corpo em Casa (Salvador) e Sala Vazia (Fortaleza).




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