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Lara Felipe

BRASIL

1971

O trabalho de Lara Felipe possui uma aura constituída de vibrações poéticas resultantes de um processo arqueológico de seu universo particular. Sua obra provoca diálogos entre vida e morte, tempo e destruição, identidade e memória, além de uma profunda reflexão sobre a fragilidade das fronteiras simbólicas que separam um sujeito do outro, e as formas como estes são afetados por essas relações. Essas trocas instigam mudanças de comportamento ao diminuírem e aproximarem as fronteiras, possibilitando um novo posicionamento do sujeito em relação ao mundo. A busca de adaptação ao meio torna-se o reflexo do desejo configurar-se em um novo arranjo simbólico, de conquista e de inserção cultural, social, histórica e geográfica.

Em suas assemblages, fotografias antigas de pessoas anônimas, pedaços de pano tingidos pelo tempo da vida, livros antigos de literatura, objetos encontrados, colecionados e re-arranjados; passam a exercer um papel, pela primeira vez, como sendo algo em si, deslocados de seu sentido e lugar original, capazes de compor uma nova rede de pertencimento. Essa nova organização dos materiais traz uma experiência poética singular entre o pensar e o sentir, entre a leveza da matéria efêmera e o peso do sentido emocional de suas obras, onde pulsa e emana vida, experiência corpórea, emoções canalizadas com estranhamento e delicadeza através de um olhar estético contemporâneo.

Fonte:

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