“Com seus traços, Aline Lemos promove uma importante e necessária reunião de mulheres que questionaram a noção de “gênio artístico” e resistiram a discursos que insistiam em restringi-las ao ambiente doméstico, diminuindo-as à condição de artistas “naturalmente amadoras”. Ao apresentar as biografias, sem se desviar dos impasses de delimitação de fronteiras e hierarquias entre as artes – e das marcas de classe, raça, etnia e região – Lemos sublinha a importância da produção de arte feita por (essas) mulheres. Ao mesmo tempo, aponta a relevância dos discursos produzidos por (essas) artistas para se pensar a cultura e a sociedade, ainda que nem todas tenham assumido uma postura feminista explícita. Sem cair na ingenuidade de apresentar tal edição como definitiva, e sim assumindo a meta de nos emprestar o gosto pela escavação historiográfica de mais artistas, este livro é um convite para suspeitarmos do modo como a história é contada e para nos posicionarmos diante do apagamento político das mulheres.”
(texto da quarta-capa de Roberta Barros)