A obra faz parte da série Apropriação, desenvolvida em 2017 pela artista.
Apropriar-se é tomar para si, tomar posse é ocupar. Mas nem sempre essa ocupação e este tomar para si é a melhor opção ou é feita da melhor forma em que podemos empregar a palavra e a ação.
Sendo o Brasil um pais colonizado apropriaram-se da nossa terra e a transformaram em uma outra coisa diferente do que aqui existia, tribos foram devastadas e uma nova civilização criada. Na história da humanidade o pegar para si trouxe mudanças e também desastres.
E é sobre essa apropriação indevida que trata a série de trabalhos apropriação como ocupação, a ideia é mostrar o que temos feito nos últimos tempos com as tomadas que temos feito na natureza. É um convite a pensar o que estamos fazendo e tomando para nós com suas consequências e “equívocos” de ação.
Para tanto utilizei fotografias (uma forma de assimilação do trabalho do outro) e criei uma espécie de duas dimensões bidimensionais utilizando da transparência do papel vegetal e filtro de gelatina com desenhos que posso chamar de um tanto quanto inquietantes.
Mariana (2017) - desenho sobre fotografia de satélite - 10,5 cm x 29,7 cm
Sobre a artista
De Apucarana/ PR - 1985, vive e trabalha em Ivaiporã/PR. Possui especialização em História das Artes com graduação em licenciatura em artes visuais pela FPA – Faculdade Paulista de Artes. Atua como artista visual e arte educadora em instituições públicas e privadas.
Desenvolve pesquisa com desenho e pintura tendo como principal tema a relação do homem com a natureza.
Este tema lhe é interessante, porque nesta relação explora assuntos como meio ambiente, botânica, rastros da produção e do intelecto humano, marcados pela mudança, constância e persistência da paisagem, das plantas e da natureza em si, em constantes mudanças, onipresentes e evoluções.
"A ausência e a forma como tratamos a natureza em grandes centros urbanos, bem como a capacidade semiótica das plantas, e a beleza da ciência botânica, inspiram minha pesquisa, sendo pontos de tensão, na intenção de explorar a natureza como elemento artístico, elemento político e mobilizador de conhecimento."
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