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  • Foto do escritorEquipe Artistas Latinas

Picolla Galleria inaugura exposição "À superfície, em silêncio" da artista mineira Olívia Viana

A exposição abre a programação de 2022 da Galleria, situada dentro da Casa Fiat de Cultura, apresentando pinturas que abordam os limites entre humanidade e animalidade, com reflexões sobre a nossa existência.



Em uma praia de areia escura e água esverdeada, uma menina loira e de roupas pretas despeja água com um balde sob o corpo encalhado de uma baleia jubarte
Obra O paradoxo estendido na areia (2020) - Acrílica sobre tela - 70x100cm

“À superfície, em silêncio”, nova mostra da Casa Fiat de Cultura, foi selecionada por uma banca de especialistas no 5º Programa de Seleção da Piccola Galleria. De autoria da artista belo-horizontina Olívia Viana, que pela primeira vez faz a exibição individual de suas obras, a exposição será realizada de 8 de março a 24 de abril de 2022, e abre a programação da Piccola Galleria em 2022. O conjunto de 12 pinturas em acrílico sobre tela representa o encontro de baleias encalhadas com seres humanos, propondo reflexões sobre a existência e a animalidade. A abertura será realizada no dia 8 de março, às 19h, em um bate-papo virtual ao vivo com a artista. O ingresso deve ser retirado gratuitamente pela Sympla.


As pinturas foram executadas nos primeiros meses do isolamento social, em 2020. Nas telas, corpos enormes de baleias, em contato com seres humanos, representam situações de estranhamento, surpresa e inutilidade. Afinal, como as pessoas reagem diante de uma situação inesperada? Outros encontros também são explorados nas obras, como a paleta de cores – com muitos azuis, pretos e cinzas –, e os próprios elementos de cena. A artista conta que a relação com as baleias não é nova. Em 2016, fez uma série de pinturas a óleo retratando o assassinato desses animais. Já em 2018, após ver a notícia sobre uma tentativa de salvamento de uma baleia em uma praia do litoral brasileiro, o tema voltou a permear uma de suas telas. “Essa pintura ficou encalhada por dois anos e em 2020 a temática ganhou corpo. Naquela época, estávamos em uma situação evidente de confronto com a morte e com a indeterminação. Nas telas, a baleia funciona como uma metáfora, que questiona a nossa relação diante de uma presença inesperada e as nossas ações, quando estamos repletos de impotência, solidão e incertezas”, revela Olívia.


A artista, que também é psicanalista, explora tensionamentos entre humanidade e animalidade em sua poética, não apenas no desenvolvimento estático, mas como uma espécie de convocação ética e política. “A aposta é que, paradoxalmente, a divisão explícita na pintura – bicho x gente – pode chamar para seu contrário, um borramento dessas fronteiras. Nesse sentido, é aí também que o litoral e a ideia de superfície entram no trabalho, trazendo a ideia da superfície como ponto de contato e limitação entre um animal e outro, entre vida e morte, entre um estado e outro”, explica.


Para Lilian Sais, poeta, ficcionista, roteirista e produtora de podcasts, que assina o texto de apresentação da exposição, as baleias estão entre os seres mais enigmáticos, fascinantes e até mesmo aterrorizantes. Ao serem retratados fora de seu habitat natural, a água, perdem todo o seu poder e cumprem o retorno ao ponto de partida ancestral: a superfície da Terra. Aos poucos, esse animal vira uma massa sem forma, que levanta questionamentos. É melhor removê-la? Salvá-la? Matá-la? “A impotência humana diante de uma baleia encalhada não difere muito da impotência humana diante da morte. Artista é quem silencia para ouvir o mistério que há nas coisas”, reflete.


A exposição “À superfície, em silêncio”, é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Fiat, do Banco Safra e da Usiminas, e co-patrocínio do Grupo Colorado. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, do Governo de Minas e do Governo Federal, além do apoio cultural do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e do Instituto Usiminas.


“À superfície, em silêncio”: bate-papo de abertura

Para abrir a exposição “À superfície, em silêncio”, a Casa Fiat de Cultura realiza um bate-papo ao vivo, no dia 8 de março, às 19h, com a artista Olívia Viana. Ela desenvolve uma pesquisa plástica, em especial por meio da pintura, voltada para as noções de humanidade e animalidade e as tensões que nesse intervalo se produzem. Durante o evento, serão apresentados detalhes sobre o processo criativo, conceitos artísticos e reflexões propostas pelas obras, além de outras curiosidades sobre a trajetória artística de Olívia, que realiza sua primeira mostra individual. “Fico muito honrada pela oportunidade de fazê-la em um espaço acessível, especialmente neste momento de precarização da cultura.”

O público poderá interagir com a artista, por meio do chat virtual. Algumas perguntas serão respondidas ao vivo. A inscrição deve ser feita na Sympla.



A artista: Olívia Viana

Na imagem, a artista Olivia Viana está ao centro, com seus cabelos soltos e jogados para o lado direito, usando óculos de armação levemente arredondada e camisa preta. Ao fundo, uma parede branca com vasos de plantas com folhagem verde
A artista Olívia Viana - Créditos: Júlia Baumfeld

Olívia Viana nasceu em Belo Horizonte, em 1990. Trabalha com o artista e psicanalista em diferentes espaços: ateliê, consultório,instituições. Desenvolve uma pesquisa plástica, em especial por meio da pintura, voltada para as noções de humanidade e animalidade e as tensões que nesse intervalo se produzem. É graduada em Artes Plásticas pela Escola Guignard (UEMG) com habilitação em Pintura (2013) e Xilogravura (2015), e em Psicologia (UFMG), com ênfase em Psicologia Clínica (2017). Atualmente, é mestranda em Estudos Psicanalíticos (UFMG).

Já participou das exposições “Mostra córregos vivos” (2020); “Cisco, Lasca, Triz”, na Galeria Dotart (2018); “Resto Humano | Rastro Animal”, na Galeria de Arte da Copasa (2017); “RAM6”, na Galeria Mama Cadela (2017); “XXI Nessa rua tem um rio”, no Instituto Undió (2017); “Tudo é Tangente”, no Memorial Minas Vale (2017); “Perfura: Ateliê de Performance”, no Sesc Palladium (2017); “Quase-pornô”, na Galeria Mama Cadela (2016); “100% APV”, na Galerie Commune, em Tourcoing, França (2015); “Performance” no Memorial, no Memorial Minas Vale (2014); Mostra Premiados da Escola Guignard, na Galeria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (2014); Exposição Formandos da Escola Guignard, na Galeria Mari'Stella Tristão, Palácio das Artes (2013) e . Mostra de Performance “Outra Presença”, Museu de Arte da Pampulha (2013). Também já fez parte de residências e projetos artísticos como Projeto Córregos Vivos (2020); Residência Artística da Mutuca (2017) e Residência Camelo (2016).


Piccola Galleria

O espaço é destinado a artistas da cena contemporânea e foi criado em 2016, com o intuito de incentivar a produção nacional e internacional. Os artistas são selecionados por uma comissão de especialistas, que, nesta 5ª edição, contou com o curador e crítico de arte, Marcus Lontra; a historiadora e professora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, Rita Lage, e o artista e professor da Escola Guignard, Sebastião Miguel, que investiga a relação entre representação e subjetividade, por meio de suas obras.

A proposta é apresentar e destacar trabalhos inéditos – pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, fotografias, instalações, performances e/ou videoarte – de artistas locais, brasileiros ou estrangeiros. Além de Olívia Viana, outros cinco artistas foram selecionados na 5ª edição, e as mostras são exibidas no calendário de 2022 e 2023.

Nesta edição, o processo de seleção foi realizado de forma 100% online. Além de agilizar o processo de inscrição, o formato permitiu que pessoas de todo o Brasil participassem, somando 194 inscrições, de todas as regiões do país. A avaliação dos jurados também foi promovida por meio de encontro virtual.

As exposições selecionadas no 5º Programa de Seleção da Piccola Galleria são exibidas em um espaço da Casa Fiat de Cultura voltado ao incentivo permanente de expressões artísticas e terão ações do Programa Educativo, desenvolvidas em conjunto com a curadoria de cada mostra. Serão realizadas visitas mediadas, para públicos agendados e espontâneos, além de ações especiais de comunicação em todos os canais da Casa Fiat de Cultura. A mediação é feita com recursos de acessibilidade, para ampliar o acesso do público e visibilidade dos artistas.

Nas quatro edições já realizadas, o Programa de Seleção da Piccola Galleria apresentou o trabalho de 22 artistas, abrigou mais de 300 obras e recebeu um público de mais de 300 mil pessoas. A sala expositiva é um ambiente dedicado às artes visuais e sua criação marcou os 10 anos da Casa Fiat de Cultura. Situada ao lado do painel “Civilização Mineira”, de Candido Portinari, no hall principal da Casa Fiat de Cultura, o pequeno recinto é destinado a exposições de curta duração, mas com toda a visibilidade que a instituição enseja. Local intimista e com grande circulação de público, conta com a chancela da Casa Fiat de Cultura e do Circuito Liberdade, um dos mais importantes corredores culturais do país.


A Casa Fiat de Cultura

A Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural brasileiro, ao realizar prestigiadas exposições. A programação estimula a reflexão e interação do público com várias linguagens e movimentos artísticos, desde a arte clássica até a arte digital e contemporânea. Por meio do Programa Educativo, a instituição articula ações para ampliar a acessibilidade às exposições, desenvolvendo réplicas de obras de arte em 3D, materiais em braille e atendimento em libras. Mais de 60 mostras, de consagrados artistas brasileiros e internacionais, já foram expostas na Casa Fiat de Cultura, entre os quais Caravaggio, Rodin, Chagall, Tarsila, Portinari entre outros. Há 16 anos, o espaço apresenta uma programação diversificada, com música, palestras, residência artística, além do Ateliê Aberto – espaço de experimentação artística – e de programas de visitas com abordagem voltada para a valorização do patrimônio cultural e artístico. A Casa Fiat de Cultura é situada no histórico edifício do Palácio dos Despachos e apresenta, em caráter permanente, o painel de Portinari, Civilização Mineira, de 1959. O espaço integra um dos mais expressivos corredores culturais do país, o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Mais de 3,2 milhões de pessoas já visitaram suas exposições e 580 mil participaram de suas atividades educativas.

SERVIÇO

Exposição virtual “À superfície, em silêncio”– Olívia Viana na Piccola Galleria da Casa Fiat de Cultura

8 de março a 24 de abril Visitação presencial Terça a sexta-feira, das 10h às 19h Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h Tour virtual no site

Abertura da exposição virtual: Bate-papo ao vivo com Olívia Viana 8 de março, das 19h às 20h, em transmissão ao vivo Ingressos gratuitos pela Sympla




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